O pinhão é obtido da araucária. Segundo o engenheiro florestal Paulo
Carvalho, da Embrapa de Colombo, Paraná, já ocupou área equivalente a 200 mil quilômetros quadrados no Brasil, predominando nos territórios
do Paraná (80.000 km2), Santa Catarina (62.000 km2) e Rio Grande do Sul (50.000 km2), com ocupações esparsas em Minas Gerais, São Paulo e
Rio de Janeiro, que, juntas, não ultrapassam 4% da área originalmente ocupada pela Araucaria angustifolia no país. É uma espécie resistente, tolerando incêndios rasos, devido à casca grossa que faz papel de isolante térmico. A capacidade de germinação é alta e chega a 90% em pinhões recém-colhidos. Espécie pioneira, dissemina-se facilmente em campo aberto.
Árvore de longa vida e muitos nomes, a Araucaria angustifolia fornece madeira de excelente qualidade, e também tornou-se famosa pelo pinhão, semente produzida com fartura a cada dois anos. Esse pinhão,
que garante a alimentação de muitas espécies animais, principalmente roedores e pássaros, tornou-se item obrigatório no cardápio de outono
e inverno em milhares de residências do Sul.
O consumo desse fruto pode, inclusive, funcionar como o principal aval para a perpetuação da araucária, que, derrubada sem piedade para
a extração de madeira, já esteve ameaçada de extinção. Para o serrano, o pinheiro hoje está valendo mais de pé, produzindo pinhas,
do que cortado, vendido como madeira. Muitas famílias tiram o sustento da venda do pinhão e até grandes proprietários conseguem bom capital de giro com seu comércio.
As duas maneiras mais conhecidas de se cozinhar as sementes da araucária são na brasa e na água. Mas existem muitas outras formas de saborear este alimento, dos aperitivos às sobremesas, passando por carnes de panela e farofas. |